quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alma das ruas cariocas

Oh! Sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guerreiras, revoltosas, medrosas, esplinéticas, esnobes, ruas aristocráticas, ruas amorosas, ruas covardes que ficam sem pinga de sangue.
(Texto de João do Rio, foto de Sandra Porteous da Rua Aprazível em Santa Tereza)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dois Poemas de Florença - Santa Trinità

Na ponte Santa Trinità
uma bela menina florentina
de pernas longas, saia curta
e um lindo sorriso
aguarda que um Dante lhe aponte
os caminhos do inferno e do paraíso.
(poema de Nei Leandro de Castro, foto Sandra Porteous)

Dois poemas de Florença - Ponte Vecchio

Ao pôr-do-sol em Florença
o ouro das ouriversarias
da Ponte Vecchio
cai sobre o Arno que se arrasta
e sente frio
e que até então
estava triste
em sua solidão de rio.
(poema de Nei Leandro de Castro, foto de Sandra Porteous)

sábado, 24 de outubro de 2009

Paris em pedaços

O sol do outono torna Paris ainda mais bela. O frio pede agasalhos, mas não é sacrifício caminhar pela margem esquerda do Sena, ao lado das pequenas bancas dos "bouquinistes", sob as bênçãos da catedral de Nôtre-Dame, uma das mais belas igrejas do mundo. Ali adiante estende-se a Pont Neuf que, apesar do nome, é a ponte mais velha sobre o Sena. Sem pressa, o caminhante vai alcançar o Museu d'Orsay e o Louvre, com suas imensas, impressionantes coleções de arte. Se o cansaço se insinuar, basta entrar em um dos barcos que fazem pequenas excursões pelo rio e pode deixá-lo bem perto da Torre Eiffel, uma ousadia arquitetônica, lança apontada contra o céu de outono. A Paris que amo é assim e também as caminhadas por suas ruas estreitas, o prazer e a arte da gastronomia, bons vinhos mas não necessariamente muito caros, descobertas de coisas simples que não estão nos guias de turismo.
(Nei Leandro de Castro - crônica publicada na TN em 23/10, foto Sandra Porteous)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Despertar em Florença

Cedo, os sinos, sinos, sinos de Santa Maria Novella
despertam os nossos sentidos.
Um novo dia para renovar a paixão
que sobe das ruas com seus ares seculares.
Ruas palmilhadas por Da Vinci, Michelangelo
e por Masaccio, um gênio que descobriu a morte aos 27 anos,
não sem antes guiar Adão e Eva na sua saída
quase honrosa do paraíso.
Florença, renascença de amor e arte
para sempre gravada nos nossos sentidos
despertados pelos sinos, sinos, sinos de suas igrejas.
(poema de Nei Leandro de Castro, Foto de Sandra Porteous)